23 de maio de 2010

JULGAMENTO

Abrimos mão de nossa integridade por várias razões. Entre as mais imperiosas estão as nossas idéias quando ao que é ser uma boa pessoa. Às vezes, não é a aprovação dos outros, mas a de uma escola ou de mentor espiritual que determinam que parte de nós conservamos e que parte escondemos. O "eu" natural, uma interação viva e complexa de características aparentemente opostas, vai diminuindo pouco a pouco, suplantado por algum padrão adquirido de aceitabilidade social e espiritual. Poucas pessoas são capazes de amar a si mesmas como realmente são. Talvez até tenhamos passado a sentir vergonha de nossa integridade.

Partes de nós que talvez tenhamos escondido durante toda a vida, por vergonha, com frequência, são a fonte de nossa cura. Todos fomos ensinados que alguns de nossos modos de ser não condizem com o ponto de vista e os valores comuns da sociedade ou da família em que nascemos. Cada cultura, cada família tem a sua Sombra. Quando nos dizem que "homem não chora" , que as "damas nunca discordam de ninguém", aprendemos a evitar o julgamento renunciando aos nossos sentimentos e pontos de vista.Nós nos fazemos menos inteiros. É tipicamente humano trocar integridade por aprovação.Contudo, as partes que repudiamos não são perdidas, apenas esquecidas. Podemos lembrar nossa integridade a qualquer momento. Ao escondê-la, nós a mantivemos em segurança.


Rachel Naomi Remen, no livro
HISTÓRIAS QUE CURAM .

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