19 de junho de 2008

SOBRE GISELA RAO

Quero falar um pouco de algo que sinto em relação a "ser um escritor". Desde pequena, meu sonho era ser escritora (e famosa, ainda !) Não vou negar que me imaginava numa "Noite de Autógrafos" lançando livros....

Hoje em dia, vejo tanta gente lançando livros por aí , se achando o máximo, que não sei se quero esta "ilusão" pra mim....Quero ser lida, sim, mas se minhas mensagens forem transformar a vida de alguém....Não para dizer que "escreví um livro"...Lembrei de uma pessoa que ,apesar de não conhecer pessoalmente, mas gosto desde que passei a assinar uma revista: a Gisela Rao. Gisela é uma escritora bem versátil . Suas crônicas sempre acabam me ajudando a "ser mais versátil", este sim é o meu "sonho". Uma vez Gisela disse algo numa entrevista que não vou esquecer :

"Cada vez mais gente vai escrever livros: mais quantidade, menos qualidade; coitadas das árvores (matéria prima). Pessoas se preocupam demais com a fama. Isso não leva a nada: ser um escravo do ego"

Penso um pouco assim : ser escritora pra ser "escrava do ego não me interessa". Quero ajudar a melhorar a vida de alguém, fazer a pessoa sonhar de novo, acreditar em si mesma e em DEUS, e principalmente , se tornar mais versátil...

O IMPORTANTE É QUE EMOÇÕES EU VIVI




Existem dias em que DEUS manda alguém enviar mensagens de otimismo para a gente. Hoje foi um daqueles dias. No café-da-manhã , conversando com a minha ajudante de casa, Josiane, que trabalha comigo há alguns anos, ela me informou :

- Comprei dois livros esta semana, Monica, DOM CASMURRO e a MORENINHA.

- Ah, sim , você vai ter que ler para a escola - pensei, por causa dos títulos.

- Não. É que você gosta tanto de ler que comecei a ficar com vontade , e resolvi comprar livros pra mim também.

Foi muito emocionante. Fiquei com vontade de chorar, pra falar a verdade.Lembrei de uma metáfora que eu acho bem parecida comigo, que fala da minha "baixa auto-estima" do passado, O POTE RACHADO. To repassando o texto, que lí no site Golfinho :


O pote rachado

Defeito ou qualidade?


Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.


Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:

- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.


- Por quê?, perguntou o homem. - De que você está envergonhado?


- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços, disse o pote.


O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:

- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.


De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote:


- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho??? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava??? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.


Acho que também eu , com todas as minhas imperfeições e inseguranças, tenho também alimentado algumas flores no meio do meu caminho. Obrigada, Josiane, pela benção de ter me feito sentir útil...