3 de julho de 2008

FARTURA PARA TODOS


No romance Paula, a escritora Isabel Allende relata uma experiência que teve na infância.Uma vez por mês seu padrasto levava ela e os irmãos para passear num pomar imenso, cheio de árvores frutíferas, para que subissem nas árvores e se fartassem. O padrasto autorizava :

- "Podem subir nas árvores, comer tudo o que quiserem, e encher este saco de frutas para levarmos. Somos imensamente ricos"

"Neste dia, tive, pela primeira vez, consciência de que a vida pode ser generosa."

Isabel lembrava-se de que, como os outros membros da família, "a experiência era sempre diferente", A escassez era considerada uma benção, e a avareza , uma virtude. "De vez em quando Tata aparecia com uma bandeja de doces, sempre medidos, um para cada um . Nada faltava e não sobrava nada, o dinheiro era sagrado, e nos ensinavam o quanto custava ganhá-lo"

"Nos momentos mais duros da minha vida, quando acho que todas as portas se fecham, o sabor daqueles abricós me vem a boca para me consolar com a idéia de que abundância está ao alcance da mão, se a gente souber encontrá-la"

Durante toda minha vida encontrei pessoas que cultivam a "escassez". Se apegam a pequenas coisas como se fossem leva-las consigo quando morrer. A gente percebe que a vida dessas pessoas fica limitada . Somos o que pensamos. Se pensamos pequenos, ficamos pequenos a vida toda.

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